Fala pessoal, tudo bem com vocês
No vídeo de hoje, vou falar sobre um assunto polêmico, Pegada Tradicional ou Pegada Moderna.
No final do ano de 1997, assisti a um VHS de um show chamado: Super Grp Live in Japan, com os incríveis Vinnie Colaiuta e Dave Weckl. Como vocẽs sabem, os dois tocam da forma tradicional, logo, fiquei fascinado com essa forma de tocar, e desde o início tentei tocar dessa forma.
Como vocês também sabem, o meu início não foi fácil, pois estudar bateria no inteiror, sem professores, sem livros e sem internet, era uma tarefa que exigia muita força de vontade.
Comecei a estudar com a forma tradicional, do meu jeito, e sempre que encontrava qualquer revista, seja a Modern Drummer ou a Batera, que falasse sobre o assunto, eu ficava extremamente feliz e empolgado.
Com o passar dos anos, qualquer pessoa que tocasse da forma tradicional, eu ficava imitando os movimentos, altura da caixa e assim vai. Lembro de uma matéria de capa da Revista Batera abordando o tema da pegada tradicional, nesse momento pude melhorar a minha técnica.
Outro grande momento foram as vídeo-aulas do dave Weckl, intitulada Evolução natural.
Novamente foi um recomeço, passar a borracha em tudo que havia estudado e desenvolvido. Consegui com que minha técnica melhorasse muito, mas nessa época, tocava em alguns projetos de pop/rock, que exigiam mais força no som. Com isso surgiram umas fisgadas no cotovelo esquerdo, chegando a um ponto, em que passei a tocar da forma moderna.
Passaram muitos anos, e hoje cheguei a algumas conclusões. Se pudéssemos fazer uma comparação, bem grosseira, podemos falar que a pegada moderna seria um carro, e a pegada tradicional, uma moto. Mas, espera aí, como assim?
Para andar de carro, você pode ir de bermuda, camiseta, sair de casa independente de chuva ou sol. Mas, na moto você precisa de toda roupa de segurança, capacete, luvas, jaquetas, capa de chuva, pilotar constantemente olhando para o chão, para ver se não tem óleo, areia na pista. Na pegada moderna, você tem muito mais praticidade em tocar da mesma forma, em outras baterias sem realizar tantos ajuste finos, com a pegada moderna, já é necessário mais tempo ajustando o ângulo das peças.
O carro é mais racional e a moto mais a paixão, emoção. A pegada moderna, é mais racional, por esses e tantos outros detalhes, já a pegada tradicional, é mais ligada a paixão, charme da técnica e movimento. Quero deixar claro, que não existe o certo ou errado, mas a forma como você vai se adaptar melhor. Encontramos o Bill Stwart que toca jazz com a pegada moderna, já o Virgil Donati é um monstro tocando rock com a pegada tradicional.
O mais importante é o som! De olhos fechados a pegada moderna ou a tradicional, não farão diferença alguma. Com certeza você já encontrou muitos bateristas que dão muita ênfase a técnica, eu mesmo no passado, tinha uma enorme atenção com isso, mas muitas vezes isso tira o nosso foco para o mais importante que é a expressão do sentimento.
Se em algum vídeo você ver algum batera falando que só está tocando bateria, se usar determinada técnica, desconsidere imediatamente. A bateria não é uma técnica, e sim um instrumento para expressar sentimentos. Nós encontramos diversos bateras que não tem uma técnica perfeita, segundo esses professores, mas que tocam de maneira surpreendente.
Qual a técnica do Brian Blade? Qual a técnica do Marco Minnemann? Qual a técnica do Alex Acuna? Se as coisas fossem como algumas pessoas pregam, esses bateras não tocam bateria.
Não estou descartando a sua importância, longe disso, quem me conhece sabe, que nas minhas aulas, deixo claro que é muito importante desenvolver uma boa técnica, mas essa que se adapte a pessoa, não que seja rígida. Para encerrar, palavras no próprio Jin Chapin, quem desenvolver a técnica moeller com a pegada moderna, será uma “máquina de tocar bateria”.
Espero que vocês tenham gostado, se ficou alguma dúvida, deixem nos comentários. Aguardem o lançamento do livro, Como estudar bateria em 2020?
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